O mineiro Guilherme Saponara, de Pouso Alegre, sempre gostou de gastronomia e alimentou, desde pequeno, seu tino para o comércio. Ainda criança, trabalhou na ótica de seu avô, a primeira da cidade. Já formado em direito e administração, abriu uma loja de bijuteria e maquiagem –e até se aventurou em cursos para saber se poderia virar um bom maquiador.
Veio para São Paulo à procura de alguma coisa que o satisfizesse mais e formou-se em gastronomia. A Casa do Queijo, em Santa Cecília, nasce a partir daí.
Os queijos ofertados variam de tempos em tempos para que os clientes possam conhecer novos exemplares a cada visita. Faz parte da amostra o premiado cuesta azul, de Pardinho, no interior de São Paulo. Trata-se de um queijo azul que passa por maturação em cave e entrega um sabor complexo e único.
Tem exemplares também do sul de Minas. Hoje referência no mercado, a Serra das Antas teve origem nos anos 1980 com uma criação de sete cabras e um bode raça pura, importado da França.
Agregou, ao longo do tempo, queijos finos semelhantes aos europeus, feitos com leite de vaca, como o brie e o camembert. Também pertencem ao portfólio da marca exemplares de reblochon e taleggio, entre outros.
Os queijos também vêm de outros estados –de Pernambuco vêm o queijo de coalho e queijo manteiga. Ao lado dos queijos, há produtos artesanais muito particulares. Também de Pernambuco vêm cachaça com frutos do mar dentro da garrafa (pode ser caranguejo, lagosta), e bolo de rolo. O doce de jaca em calda vem de Bezerros, na Paraíba. Do mesmo estado vem o doce de caju em calda. Do Pará, tem molho de tucupi, e o azeite de dendê chega da Bahia. Vale menção ao doce de leite de Minas Gerais, vendido a granel. Ele é entregue na casa dos pais de Saponara em Pouso Alegre e vem a São Paulo num frete com outros produtos. De seu estado ele traz ainda doces cristalizados, como o de figo e o de batata-doce, cafés e doce de amendoim. Este último direto de Piranguinho, uma cidade ao sul de Minas que é referência em doces como pé de moleque e paçoca.